quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Bloco Bleque quebra tudo em Itapuã



Numa apresentação pra lá de especial o Bloco Bleque recebeu num show na Praia de Itapuã, em Vila Velha (ES), os músicos Claudio Zoli e Gabriel Pensador como convidados. A mistura sonora de ritmos e sons que passam da black music de Claudio Zoli ao rap de Gabriel Pensador fez uma multidão de espectadores dançar sem parar.
O show trouxe momentos ímpares como união das vozes da bela Joana, vocalista da banda e sambista de coração, com a de Gabriel Pensador. Ou ainda os acordes das guitarras de Alexandre Lima e Claudio Zoli tocando a classíca "A noite vai ser boa. De tudo vai rolar..."
A formação do Bloco Bleque conta com diversos músicos do cenário musical capixaba: Gustavo Macaco (Símios) - vocal e guitarra; Alexandre Lima (Mahnimal) - vocal e guitarra; Joana Zancheta (Unidos de Jucutuquara) - vocal; Genivaldo (Diretor de bateria da Unidos de Jucutuquara) e mais 14 integrantes na bateria. O bloco conta ainda com as partcipações especiais do rapper Garcia e do cineasta Jeffinho nos vocais.
O repertório do bloco bleque reúne sucessos consagrados de boa música brasileira como Jorge Ben, Tim Maia, Sandra de Sá, Chico Science, O Rappa, Alceu Valença, Zé Ramalho.
O resultado musical é supreendente!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Cotas na Ufes II - desempenho dos candidatos negros

Apesar das cotas terem contemplado cerca de 40% de alunos egressos de escolas públicas na Ufes, o sistema de reserva de vagas, não incluiu os candidatos negros. Esta designação contraria o modelo adotado pela maioria das universidades no país que adotaram o sistema de cotas. Atualmente das 56 universidades federais, 20 adotaram algum tipo de sistema de cotas. As chamadas cotas raciais que reservam vagas para negros e/ou índios estão presentes em 15 universidades federais.
Apesar da Universidade Federal do Espírito Santo não adotar os sistema de cotas raciais, levando em consideração que a população negra representa mais da metade da população capixaba, segundo um levantamento realizado pelo professor Antonio Carlos Moraes, o número de alunos negros que ingressaram na Ufes no último vestibular foi expressivo. Vejam os números:



ÍNDICE DOS CANDIDADOTOS NEGROS (PRETOS E PARDOS) APROVADOS NOS VINTE CURSOS MAIS PROCURADOS




S/C: Sobra de vagas das cotas. (Asc) significa cotista que não precisaram das cotas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cotas na Ufes

Segundo o professor Antonio Carlos Moraes, membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), o balanço do primeiro Vest/Ufes com cotas para alunos egressos de escolas públicas foi um sucesso. Cursos disputados como de medicina, por exemplo, ampliou o número de vagas dos candidatos de que estudaram até 7 anos no sistema público de ensino, aumentou de 11,5% para 42%.
Por outro lado este resultado desagradou muita gente. Pais de alunos e diretores de cursinhos particulares estão prometendo ingressar na justiça, alegando que apesar de seus filhos terem obtido uma maior pontuação que os alunos cotistas, não foram aprovados no vestibular de 2008.
Anterior a esta iniciativa, um mandato de segurança foi movido por 48 alunos pedindo para suspender a resolução do sistema de cotas na Ufes, sob a alegação que a resolução feria o princípio constitucional da igualdade. O mandato de segurança que já foi julgado sofrendo duas derrotas, na primeira e segunda instâncias.
Para o jurista Hédio Silva, se as cotas nos vestibulares fossem julgadas no Supremo Tribunal Federal como inconstitucionais, esta decisão teria de valer para todas as outras modalidades de reserva de vagas, como as cotas para mulheres em partidos políticos e deficientes físicos nos concursos públicos, por exemplo.
No resultado do Vest/Ufes 2008 foram aprovados 794 cotistas. O sistema de cotas beneficiou ex-alunos da rede pública com renda familiar de até 7 salários mínimos. A prioridade foi dada a alunos que tivessem estudado 7 anos em escolas públicas, mas quem cursou pelo menos 4 anos, também foi contemplado.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Homenagem ao Poeta da Vila





Depois de assistir ao filme Noel - O poeta da Vila (2006), dirigido por Ricardo van Sten, resolvi homenagear ao sambista transcrevendo uma de suas belas composições que ele fez para sua amada Ceci, estrelada por Camila Pitanga. Conhecido como o filósofo do samba, Noel Rosa foi contemporâneo de Carltola e Wilson Batista. Compôs sambas memoráveis como Feitiço da Vila, Com que roupa e Palpite Infeliz. Apesar de ter se casado com Lindaura (1934) Noel viveu um torrido romance com Ceci, a dama do cabaré. Noel morre aos 26 anos vítima de tubeculose, deixando saudades na boemia carioca.

Último Desejo (1937)


Nosso amor que eu não esqueço, e que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete,sem luar, sem violão
Perto de você me calo, tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo mas meu último desejo você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não, diga que você me adora
Que você lamenta e chora a nossa separação
Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim, que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim

Noel Rosa (1910-1937)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Luto na Casa Branca

Aos 75 anos morre a venerável yalorixá da Casa Branca, Mãe Nitinha de Oxum, na tarde de segunda-feira em Salvador (BA). Nome emblemático do candomblé, Mãe Nitinha estava internada havia cerca de duas semanas no Hospital Evangélico de Brotas.
A Casa Branca localizada no centro de Salvador, em uma área de 6.800 metros quadrados, é considerada o mais antigo terreiro de tradição nagô do Brasil, sendo o primeiro monumento negro a ser tombado como patrimônio histórico na América do Sul.
O Terreiro da Casa Branca tem cerca de 250 anos, a partir dele surgiram terreiros tradicionais como o Gantois e o Ilê Axé Opô Afonjá. Dentro do templo, existem 40 residências e uma escola. A área do terreiro também abriga árvores e plantas consideradas sagradas pelos adeptos da religiões de matriz africana.
Na terça-feira começou o Axexê de Mãe Nitinha, ritual fúnebre que é realizado para pessoas iniciadas no candomblé.
Em 2005, Mãe Nitinha foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para representar o candomblé na comitiva, que foi à Roma por conta da morte do papa João Paulo 2º. Mãe Nitinha, não conseguiu embarcar porque perdeu o vôo que a levaria de Brasília a Recife, junto ao avião presidencial.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Steve Biko e a Mudança do Garcia


A Mudança do Garcia é uma das maiores manifestações de rua espontaneas do carnaval da Bahia. Lá tem de tudo homem vestido de mulher, bandas e fanfarras e principalmente a população negra baiana, que cai no samba.

Mas a parte mais inusitada é que a Mudança também têm críticas social e racial. Neste ano o Instituto Steve Biko, que trabalha com pré-vestibulares para afrodescendentes fez uma aula pública carregada de cidadania e para lá de animada para os foliões. Os bikudos colocaram nas ruas o tema do quilombismo e pediram terra e educação para a população negra.

Um outro fato curioso é que a passagem da Mudança pelo corredor do Campo Grande durou mais de duas horas atraindo a atenção da mídia. Segundo as estimativas cerca de 70 mil pessoas desfilaram, uma bela demonstração de que o espírito do carnaval ainda não foi dominado pelo mercado oficial do trios elétricos.

Odoya Yemanjá!!!!!


O dia 2 de fevereiro, consagrado a Yemanjá, é comemorado de norte a sul do Brasil. Neste ano a tradicional festa do Rio Vermelho, em Salvador, coincidiu com o sábado de carnaval. Mas todas ao obrigações religiosas foram feitas para agradecer ao orixá das águas. Rosas brancas e perfumes são as principais oferendas entregues ao mar, seguidas dos pedidos de bênçãos e proteção. Yemanjá, que na língua yorubá significa a mãe dos filhos peixes, é considerada no Brasil, a rainha do mar. Protetora da vida dos pescadores e da boa pesca, a devoção ao orixá ilustrou histórias imortalizadas na literatura brasileira, pelo escritor Jorge Amado.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Assim começa o coisa de preto...


Depois de tomar mais um banho de negritude numa breve estadia no carnaval de Salvador, na Bahia, resolvi criar este blog.
A idéia do coisa de preto é trazer para vcs informações e imagens da negritude brasileira, da África e de outros países da diáspora, que esta pretensiosa jornalista conseguir pisar.
Tudo com muita beleza, força e axé! É claro, vamos também discutir um pouco de política, cultura e outras pautas relevantes para o Brasil afrobrasileiro.
Sejam todos bem vindos! Pois quando a coisa é de preto sempre dá certo.
Ilê Aiyê - Foto: Carla Osorio