A Insurreição do Queimado, epsódio ocorrido há 159 anos que levou negros escravizados e insurgentes a entrarem para história, ainda não foi bem contada. O livro de Afonso Claudio, o único que ilustra as estantes das bibliotecas, conta que os negros trabalhavam de dia nas fazendas e a noite na construção da Igreja em troca de suas cartas de alforria, que lhes foram prometidas pelo padre José Gregório de Bene. Para a história oficial, os negros se rebelaram por que a promessa não fora cumprida, e desconhece qualquer poder de mobilização e estratégia política por parte dos líderes Chico Prego, Eliziário e João da Viúva contra o regime escravista. Mas para a Serra e para o povo Espírito Santo, eles são heróis.
O livro Negros do Espírito Santo, de autoria das jornalistas Adriana Bravin, Carla Osório e da historiadora Leonor Araújo também recebeu o título Chico Prego durante a sessão solene. A obra, que destaca a participação da mão-de-obra negra na construção do Espírito Santo e da cultura negra na formação da identidade capixaba, é uma voz destoante na historiografia do Estado.
Legenda: Leci Brandão e o vereador Roberto Carlos, proponente da sessão
Foto: Carla Osório